por Antonio Francisco
Para Rosângela
O amor continua,
pois não pode acabar.
Choques e deslizes o podem até abalar,
mas se o amor está presente,
tende sempre a madurar.
E mesmo que flores nem tudo sejam,
ele vai continuar.
Te amo!
Junho de 1992.
por Antonio Francisco
Não é fácil conviver com quem não gosta da gente. É preciso mais amar do que ser inteligente. Inteligência que sabe mas não faz; inteligência que conhece mas não serve. É preciso servir, agir, fazer, amar. É mais fácil falar, porém, nada vai adiantar se não servir.
Senhor, sei que servir é a divisa dos que são vistos como maiores por Ti. Servir desinteressadamente com o coração e a mente. Servir sem ser servido, ouvir sem ser ouvido, dar sem ser querido. Se o Senhor fez assim, pode também capacitar a mim, para ser servo feliz, que não apenas diz - faz.
O amor cabe em todo lugar, até onde o ódio parece imperar. O amor supera o ódio, da felicidade ele é exórdio, ele nunca acaba. Ele é tão fácil de ser comentado, mas tão carente de ser praticado, encarnado, realizado. Jesus amou primeiro e não quero ser derradeiro em matéria de amar. Há um preço a pagar para o amor concretizar, e isso só vai acontecer quando eu iniciar.
Amar e servir, servir e amar - duas palavras pequenas de desafios sem par. Fugir desses desafios é inútil, é odiar. Custe o que custar, é preciso menos falar e de fato amar. É preciso não ressentir para melhor servir - Ajuda-me Senhor. (Novembro de 1988).
por Antonio Francisco
José, foi compensador conhecer você. Sua vida foi uma enciclopédia que ensinou sabedoria. Você ensinou e continua ensianando, pois como Abel, mesmo depois de morto ainda fala. Você foi normal, bem sei. Seu nascimento foi comum, sua vida também; ainda que recheada de ingredientes raros.
José, você me ensina que o trabalho é legítimo, pois na adolescência você já cuidava das ovelhas da família. Sei que você fofocava para seu pai de seus irmãos, mas, o seu jeito cativante merecia o amor pujante de Israel seu pai, demonstrando seu amor colorido na túnica que lhe ofereceu.
José, você me ensina a sonhar - sonho que desperta para a vitória. Você sonhou alto, tão alto que ninguém acreditou, até que o sonho se concretizou. Hoje, são poucos os sonhadores. É mais fácil encontrar quem tem insônia para não sonhar, ou pesadelo que não sonha.
José, você me ensina a perdoar, quando perdoou quem a vida queria lhe tirar. Seu sangue foi comparado com sangue de bruto animal, estando seu sangue nas veias, como homem racional. Você tratou como príncipe, quem escravo lhe tornou. Você chorou lágrimas de amor, por quem o mal lhe desejou. Você que em posição superior um igual se tornou a pobres peregrinos que não ignorou serem seus irmãos. Você tinha tudo para humilhar, mas humildade demonstrou. Para quem desejou seu fim, você deu continuidade ao seu final.
José, você me ensina que o mais importante não é o que fazem com a gente, mas sim, o que a gente é. Pois você, sendo tratado como escravo, se tornou mordomo de confiança, porque sabia em quem confiava.
José, você me ensina que nem todo orgasmo é justificável; pois, antes do prazer sexual, devo olhar quem o promove. Você me ensina que o tratamento com uma mulher deve ter a aprovação do Senhor. Do contrário, devo correr dela. Você me ensina que as carícias de uma mulher não se igualam com o prazer de obedecer ao Senhor. Você pode ser visto como impotente sexual, por dizer não para a proposta de uma mulher. Mas, não é isso José. Você mostrou uma virtude que mil homens juntos raramente se igualam a você. Entre os raros esteja eu. Aprendo com você que descansar nos braços da mulher que não me pertence, pode me trazer cansaço permanente.
José, você me ensina que mesmo na prisão se pode ter liberdade, quando a causa da prisão não tem justificação. Você me ensina que é melhor estar na prisão e se sentir livre, que livre e se sentir preso.
José, você me ensina não apenas sonhar para si, mas, mostrar interesse pelo sonho de outros. Você se interessou por toda uma nação, e foi útil na sua preservação.
José, aprendo com você que Deus não tira os espinhos de nosso caminho, deixando apenas o perfume das flores, mas, aprendo que um jardim regado nos espera no final da caminhada.
José, você foi como um ramo frutífero junto à fonte; seus galhos se estenderam sobre o muro (Gn 49.22). Sei que esse foi o seu segredo, não deixar a fonte do céu que nos faz frutificar, e a seiva espiritual que nos capacita aos obstáculos vencer.
Obrigado, José.
Reflexão sobre José do Egito, filho de Jacó.
Novembro de 1988.
por Antonio Francisco
O que seria de mim, de outros, de todos, se não houvesse padrões, se tudo fosse emoções a reger as situações!? Será que melhor seria? Haveria alegria, sempre tudo consumando? Se não houvessem limites, se tudo quanto existe, se limitasse no querer; se não houvesse saber, e tudo eu pudesse ter; seria isso melhor?
Tudo de todos seria meu; tudo meu seria de todos. Ninguém teria nada, todos teriam tudo. Como seria tudo enfim? Seria isso ruim? Seria isso bom pra mim? Ninguém pecaria, ninguém poderia ser chamado de errado, pois não existiria pecado. Tudo dependeria do querer e desejar, sem limites pra sonhar.
Muitos gostariam que fosse assim; muitos assim procuram viver. Como são estas pessoas? Vivem melhor que as outras que padrões procuram ter? Não é difícil saber, é só fazer comparação, e notória será, a grande diferenciação.
Existe um Deus, e com Ele preciso concordar. Também posso optar e a sua voz ignorar. Ele é soberano, mas longe de ser tirano, não usa manipular. Este Deus tão grande é, me deixando livre até, para dele discordar. Se eu posso optar, e o melhor sem Ele achar, isso devo comprovar.
Rudimentar é esse pensar, nele não posso me apoiar, como estilo de viver. Depois de tudo analisar, consciente não posso deixar, de neste Deus confiar. Ele é eterno, tudo Ele fez, tudo preserva com seu poder. Pra quem irei, isso não sei, se eu o deixar.
Meu Deus, sou teu, ainda que dissesse não. Tens pleno direito em minha vida. E, se posso optar, me prostro em teu altar, para te obedecer. Isso sei ser o melhor, no sentido mais real. Só assim feliz serei, disto certo eu bem sei. Seja assim ó Rei dos reis. (Novembro de 1988).
por Antonio Francisco
Começar fala do novo, do agora, de melhora. Seria enfadonho não poder começar ou recomeçar o que não foi funcional, quando a vontade primeira parecia o ideal.
A vida não é tentativa no afã de acertar. Há absolutos sem par na essência do viver e disso é possível saber.
Fundamentado de fato no que é em realidade a verdade, começar não é arriscar, é entrar para não regressar numa porta que dá acesso a novos começos que não contradizem o começo inicial. É como ramos de uma mesma árvore, que desabrocham sempre para a vida.
Começar sempre é bom, belo, agradável. Desde que os começos não arranquem as raízes do começo inicial que nos posiciona na vida.
Muitos ainda não começaram, estão no velho, no pré-início, na rotina vegetativa do existir. É preciso começar, e em Cristo há lugar, pois nele há nova vida. Ele é a vida e somente nele o começo não tem retorno; não por compulsão, mas por opção necessária que convence e constrange por amor. (1990).
por Antonio Francisco
"O jeitinho brasileiro" nem sempre é certeiro quando se quer acertar. A verdade é bem maior, provocando o melhor, sem nada camuflar. A verdade não é minha; minha é a decisão de a verdade aceitar. Ela é maior e melhor que tudo, ela está além do mundo, ela é o Deus encarnado.
"Eu sou a verdade", assim falou Jesus. A verdade é mais que conceito, a verdade é mais que preceito, a verdade é uma pessoa. Pessoa que não errou, que a verdade encarnou e que disse: "Eu sou..." Sou tudo que você precisa, se com a verdade quer vencer. Sou a força no fracasso, Sou consolo no cansaço, Sou teu tudo no teu nada.
Como é bom disso saber, e concretizar no viver que a verdade é sempre melhor. Quem na verdade fundamenta a vida, anda de cabeça erguida sem nada temer. Ela dá vitória, ela só melhora quem quer melhorar.
É preciso a Bíblia conhecer - a verdade escrita. É preciso conhecer Jesus, a verdade em pessoa. E assim a verdade em mim pode ser escrita, e poderei ser uma pessoa que vive a verdade. Sempre vencerei pela verdade, pois "a luz (verdade) resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela" (Jo 1.5).